sábado, 12 de fevereiro de 2011

Entre Aspas - Tudo vai ficar bem!

Apresento-lhes, já no título, a maior mentira em forma de frase que já caminhou pela Terra. Não, querida. Não vai ficar tudo bem. Somos sempre obrigados a acreditar que, quando alguém fala isso conosco, magicamente o mundo se torna um lugar melhor. Não, ele continua girando e nada muda. Os diretores adoram colocar essa frase nos filmes.


Reparem que é sempre quando algo muito ruim está acontecendo. Algo como a namorada do mocinho amarrada com uma arma apontada na cabeça; e ele, também amarrado, dizendo isso a ela. Ou o marido que está indo para a guerra dizendo isso à sua esposa. A arma vai disparar, o marido vai morrer. Ambos verão seu próprio sangue escorrendo pelo chão. Não ficou tudo bem. Mentiram pra eles assim como mentiram pra você. Disseram que tudo ia ficar bem quando seu cachorro morreu, quando sua avó foi internada, quando seus pais se separaram, quando seu namorado te traiu, quando você reprovou um ano. Por que não te disseram isso antes? Por que não dizem que tudo vai ficar bem enquanto tudo está bem? Isso encorajaria mais as pessoas. Imagine alguém chegando pra você, num momento corriqueiro de sua vida, dizendo: “vai continuar tudo bem”.

Você guardaria aquele momento para sempre no seu coração. Mas isso nunca acontece. As pessoas têm a mania de oferecer essas malditas palavras quando sua vida está uma merda completa. Ninguém nunca se dá conta do impacto dessas palavras. Mesmo assim, a insistência continua. Isso se tornou tão banal quanto encontrar com alguém pela calçada e perguntar “oi, fulano, tudo bom?”, e o fulano responder “tudo bom, e você?”. A essa altura, vocês já passaram um pelo outro. Ninguém nunca responde o último “tudo bom, e você?”. Esse fulano pode ter acabado de voltar de um enterro e, automaticamente, responde “tudo bom”. Na sua mente, completa a frase com um “apesar de tudo”. Mas, aparentemente, todo mundo está bem. E a maior mentira já oferecida às pessoas continua ao nosso redor.

No momento em que alguém nos diz isso, algo dentro de nós pensa, inexoravelmente: “como seria bom se realmente ficasse tudo bem”. Inconscientemente, sabemos que não vai ficar. O jeito é aceitar, por nós mesmos, a situação consolidada. A aceitação de determinado fato é individual. Ninguém nunca vai saber como é estar no seu lugar. A situação pode ser parecida, mas o sentimento que aquilo provoca em cada pessoa nunca é igual. E se alguém vier oferecer-lhe essas quatro palavrinhas, não se irrite, não grite, não as jogue fora. Essas palavrinhas serão muito importantes na sua volta por cima. A única coisa que vai mudar é que elas vão partir de você.

Entre Aspas -To no 3° ano e agora?!

QUANDO SEU SONHO NÃO MORA POR PERTO


Os dados da Educação Brasileira são pra lá de preocupantes. Segundo informe publicitário da revista Superinteressante deste mês, fomos classificados como "ruim", alcançando média 4,6 numa escala de 0 à 10. Pior ainda são os dados do Ensino Médio: 49,8% dos jovens com 19 anos não concluíram os estudos, diz o IBGE/09, além de média 4 na mesma escala.

Então, se você está no terceiro ano, tem entre 16 e 18 anos e pretende estudar muito neste ano, tanto pro terceiro quanto pro vestibular: sinta-se um tremendo vencedor!

Porém, e claro, todo isso afeta e muito a vida dos estudantes desse nosso país. No geral, as Universidades Federais e Estaduais (aquelas públicas que são o principal alvo de… Bem, todo mundo) ficam na capital de cada Estado ou em cidades-pólo desenvolvidas. E nem todo mundo mora em cidades assim.

Não fique desapontado se depois de escolher o curso dos seus sonhos, souber que ele fica numa cidade distante da sua ou mesmo do outro lado da cidade, para quem mora em capitais. Muito menos desanime e pense em desistir.

Responda com sinceridade as perguntas a seguir: Você realmente quer isso? Está disposto a lutar? Está disposto a ser corajoso? Caso tenha respondido sim para pelo menos duas destas questões, siga em frente! Mas, seguir em frente significa chegar a um ponto crucial: Família. Afinal, seus pais não vão se mudar junto com você (exceto que você tenha muita sorte).

Ano passado – justamente quando precisei passar por esse desterro chamado terceiro ano – tomei uma atitude e comuniquei a minha família que gostaria de estudar no estado vizinho (o Piauí) porque Floriano é uma das cidades-referências em termos de estudo de um estado que respira educação (pelo menos em seus pólos educacionais).

No início, ninguém me apoiou. Não sei quando a vocês, mas tenho um apego muito forte com minha mãe e meu irmão (um tanto mais fraco com meu pai). Era quase impossível para eles aceitar que eu gostaria de morar em outro Estado. Porém, finquei o pé no chão e disse convicta: "- Eu preciso ir! É meu futuro que está em jogo!"

Então, mesmo sem o apoio de ninguém (mais tarde um pouco, minha mãe entendeu e passou a me apioar, seguida do meu irmão e só então meu pai) me mudei para o estado visinho. Iria morar com duas amigas de infância e estudar numa escola particular de referência na cidade. Tudo parecia ao meu bem querer, mas não vou mentir: foi um dos piores anos da minha vida.

Primeiro, porque eu já tinha todas as preocupações que o 3º ano trás e segundo, porque estava longe das pessoas mais queridas da minha vida, minha base sólida. Eu sentia falta de tudo, cada cantinho do meu lar e inclusive, desistir de uma idéia boba que tinha de que nunca sentiria falta se me mudasse. Pode apostar você só precisa passar alguns dias fora para também desistir dessa idéia.

Pensei em desistir milhares e milhares de vezes, mas, eu não podia. Eu precisava seguir em frente se quisesse alcançar meu objetivo. Por sorte, também foi ali que encontrei os melhores amigos que uma pessoa pode ter, e juntos (uns apoiando os outros) conseguimos superar essa fase complexa. Muitos de nós passamos no vestibular (geralmente em dois ou mais, incluindo um 1º lugar, Valeu Marcelo!) ou ficaram classificados.

OK. Toda essa história é pra ilustrar o fato mais importante desse seu ano: Você precisa ser corajoso, confiante e perseverante em seus objetivos mesmo que o mundo esteja contra eles! Muito mesmo! Ao ponto da exaustão.

Geralmente, seus pais não vão te apoiar. Mas, não é porque eles querem seu mal (longe disso!), eles só estão preocupados com o passarinho decidindo voar sozinho. Não os julgue, eles te amam do mesmo jeito ou talvez bem mais agora e vão entender com o andar da carruagem. Um dia, eles vão entender, acredite. Mas, para isso prove pra eles que você estava certo todo o tempo em querer correr atrás daquilo que é muito mais importante que qualquer coisa: sua garantia de futuro!

Os seus amigos da sala provavelmente vão te entender. E eu digo que eles são muito importantes nesse processo. Muito mesmo. Então, quando precisar desabafar ou simplesmente sorrir, conte uma piada ou tire alguns minutos de conversa banal. Só não faça isso durante as aulas! (Aliás, caso precise de um forçinha extra de alguém que te entenda, sinta-se a vontade para me mandar um email há qualquer momento, eu amo receber emails, especialmente se puder ajudar alguém com ele).

Porque, no final, vale muito à pena.

Então, o curso que você deseja fica do outro lado do país? Vá em frente! Fácil todos nós sabemos que não será, mas também sabemos que quanto maior é a tempestade, mais lindo é o arco-iris do final. E não tem lugar em que o seu nome fique mais bonito, se não numa lista de aprovados no vestibular!

P.S. Todas as vezes que eu desanimava ao ponto de desistir, eu escutava uma música que dizia tudo: Les jours tristes – Yann Tiersen (Letra) . Aprenda e escute todas as vezes que precisar de forças para continuar a caminhada vitoriosa.



Quer saber quem escreveu esse texto?
Brunado blog depois dos quinze.