domingo, 3 de abril de 2011

Merecida




De tanto, tanto, que orei e pedi, acho que resolveram me escutar. Paz interna, felicidade e sossego devolvidos, e agora vamos à próxima preocupação: vingar. Depois de todo o drama da quase despedida, agora quem vai à cena sou eu, querendo que tudo a partir de aqui dê certo, que meu autocontrole não se intrometa, e que eu não atropele ninguém nessa minha caminhada sombria e tortuosa. Solitária e incumbida, até a vitória ou a luz: qualquer futura iluminação, de toda essa baderna que sentimentos, ações descontroladas, e pensamentos em demasia. Os começos são sempre atônitos, caóticos e sintéticos, nos martirizando com a carência que deixamos transparecer, ou nos culpando pela dureza, pela falta de tato e comedimento. Saímos saltitando pelas ruas, cantando alto e de olhos fechados, e distraídos, esquecemos sempre alguma coisa. Junto com a sensação de ter esquecido, sempre fica uma chave, um cartão de crédito, ou um livro sob a mesa do almoço, a loja das malas. Já é banal, parte da rotina. Queremos costurar a boca para disfarçar o sorriso de mundo bom, de vida mansa que estamos esboçando, e temos que controlar a língua, a boca e os dentes todos, para não falar – e se arrepender, mais tarde. Todos poderiam saber do jardim que aqui dentro anda florescendo, mas nos poupamos – há sempre muita inveja, ouvimos histórias sobre de um olho bem gordo, e a velha crença de que, falando, o encanto todo vai pro saco. Acaba e mata aos poucos os sinos que estavam tocando a cada toque, presença ou vida do outro, as pequenas alegrias diárias, até a chegada fase estável.

Particularmente, gosto disso tudo. Dessa loucura de hoje amar, amanhã não saber, e daqui uns dias estar tão encantada que a vida se torna linda, o mundo compreensível, e aquela flor atrás da orelha, o melhor presente que foi recebido, por anos. São apenas os meus capítulos sendo escritos, o meu livro sendo preenchido de leve, e aos poucos, e personagens dando entrada, batendo cartão, enquanto outros eu retiro com cautela, e mais alguns, vão se demitindo por justa causa. É a vida girando e ocorrendo, operando e mexendo fundo com o meu temperamento bipolar e a minha pressa em acontecer.

Em mim, dói não saber, fratura não ter noção do que vêm pela frente. Por outro lado, acelera, dá pulso e vitalidade à vida em preto e branco que eu levava, colore aos poucos e vai estonando, degradando em vermelho, rosa e roxo. Dado o tom, a cada esquina uma surpresa, em cada hora uma admiração, a cada noite mais sonhos tecidos, alguns pequenos planos feitos. Dia pós dia, mais enlouquecida, mais querido. E ouço ao invés de tu, você, você, você…Santo Antônio, Papai do Céu e Anjinho da Guarda, obrigada! Eu sei que merecia, e hoje aproveito

Chegou a hora de você fazer um intercambio!


Em entrevistas, uma das perguntas que mais aparece é a tradicional "Como você se imagina daqui a cinco anos?". Quando me perguntam isso, não penso duas vezes pra responder que estarei fazendo intercâmbio em alguma parte do mundo. Isso porque, hoje em dia a maioria das profissões exigem duas ou três línguas fluentes e conviver com o idioma no dia-a-dia é maneira mais fácil de aprendê-lo.

Quando converso sobre o assunto com amigas, percebo que muitas delas ainda sentem insegurança ou não sabem nada sobre o assunto. Se você é uma dessas, e mora em uma dessas cidades (Rio de Janeiro, Fortaleza, Salvador, São Paulo) vale a pena dar uma passada na Terceira Feira de Intercâmbio que CI em parceria com os representantes das melhores escolas internacionais está organizando.

Lá, eles irão esclarecer dúvidas e mostrar as melhores opções para fazer um programa de Intercâmbio Teen ou High School (colegial no exterior) em vários países, com segurança, diversão e muito aprendizado.

Mais informações, no site: www.ci.com.br/feira


PS: A entrada é gratuita, e os participantes que visitarem a feira podem participar do concurso cultural e concorrer a um Intercâmbio Teen na faixa!

Aproveitando o assunto, resolvi convidar algumas leitoras que fazem ou já fizeram intercâmbio para falarem um pouquinho sobre a experiência.







Olá, leitores do Faz toda diferença . Me chamo Joana, sou carioca, tenho 24 anos e há 7 semanas estou em Nova Iorque fazendo intercâmbio. Escolhi a cidade por motivos óbvios: Aqui você pode realmente fazer tudo o que deseja. Parece clichê, mas é a pura verdade. A cidade tem uma vasta gama de atrações para todos os gostos e personalidades.



Estou estudando inglês na Kaplan International e fazendo aulas de Balé Contemporâneo e Jazz Broadway na Broadway Dance Center . Meu programa tem duração tem 8 semanas e já termina na semana que vem, que é quando retorno ao Rio de Janeiro. No momento estou super triste porque sei que depois de viver aqui, qualquer outra cidade parece sem graça. A vida em Nova Iorque é pura correria e, acreditem, o tempo voa, mas posso dizer que em 2 meses consegui ver todas as principais atrações que a cidade tem a oferecer, curti muito com os amigos saindo para bares e restaurantes, vi a cidade acordar toda branquinha de neve (inclusive agora na primavera onde estamos tendo dias gelados!), dancei muito e o principal: Meu inglês deu um salto imenso. Cheguei aqui já no nível avançado, mas agora já posso ser considerada Proficiency :)



Ao contrário do que muita gente pensa os nova iorquinos são em geral muito prestativos e amigáveis e a cidade é completamente multicultural e racial. Aqui, ouvir pessoas falando em espanhol ou chinês é tão comum quanto ouvir inglês. Isso é bom para treinar nossos ouvidos para diferentes sotaques, gírias e entonações. A cidade abriga a comunidades mexicana, dominicana, chinesa, coreana, irlandesa, polonesa… Quem entende inglês em Nova Iorque, entende em qualquer lugar!



Estou morando em uma residência estudantil no Upper East Side (sim o mesmo lugar tão citado em Gossip Girl) chamada Hirsch Residence, que além de uma residência é um centro cultural com teatro, aulas de dança, conservatório de música, cursos de arte e um montão de outras coisas. A vizinhança é linda, super segura e a acomodação é bem legal. Tenho um quarto para mim, mas compartilho banheiro e cozinha com as outras meninas do meu andar. Ao contrário das residências oferecidas pela minha escola de inglês, nessa a maior parte dos moradores é composta por norte-americanos que estão aqui estudando ou fazendo estágio. Sem contar que o preço é mais em conta também.



Para mim, Nova Iorque é A cidade para se fazer intercâmbio, afinal, alguns até dizem que é a capital do mundo, certo? Encontrei pessoas do mundo todo, fiz amigos incríveis e tive os melhores professores ever. Só não acho uma boa idéia vir para cá se você for menor de 21 anos. Isso porque, a maior idade aqui começa aos 21 e se você for menor não poderá sair com seus amigos do curso à noite e sinceramente, a alma de Nova Iorque está em toda a diversão noturna que a cidade proporciona.



De resto, se você estiver interessado super recomendo procurar uma agência de intercâmbio (eu vim pela STB) e começar a juntar dinheiro: Comprar roupas e cosméticos por aqui é muito barato, mas viver é absurdamente caro e você vai se assustar quando perceber que quase todo o seu orçamento foi embora com comida (comida normal aqui como frutas, vegetais, arroz, pão, sucos etc é muito caro!).







Bom, Meu nome é Carol, tenho 20 anos e participei de uma experiência de intercâmbio aos 17 e então fui morar por um ano em Palma de Mallorca, uma ilha da Espanha que fica ao leste de barcelona. Foi definitivamente o ano mais marcante da minha vida. Apesar de todas as diferenças culturais e o impacto inicial eu consegui me adaptar muito bem aos costumes da família que me acolheu. Entre os estudos e as festas eu pude conhecer um pouco da cultura da Espanha, e nos feriados visitei algumas outras cidades.

A Espanha é um país incrível e eu fiz amizades que perduram até hoje. Já fui visitar outros amigos que conheci durante a experiência e fui super bem recebida. Recomendo a todas as pessoas que, se puderem, vivam façam um intercâmbio e vivenciem essa sensação. É fantástica e inesquecível!


Em 2008 fiz um intercâmbio para Londres. Foi a melhor experiência da minha vida. Sempre tive um pouco de receio de ficar em casa de família, por isso optei em ficar na residência da própria escola. Morei em um bairro chamado Greenwich. Tudo lá é bem lindo e organizado. Diferente do que me falaram, os britânicos são muito simpáticos e atenciosos. Conheci pessoas do mundo inteiro,e ainda mantenho contato com eles, principalmente pq eles são loucos pelo Brasil, então vira e mexe, alguém vem pra cá!

O custo de vida em Londres é um pouco alto, mas quando se vai como estudante você consegue desconto em vários lugares, inclusive no McDonald's.

Recomendo muito essa experiência para todo mundo. É uma ótima maneira de adquirir cultura de outro país, conhecer novas pessoas, e principalmente aprender a se virar sozinho

Coletânia de textos!



Às vezes bate aquela dúvida sobre o que colocar no ‘quem sou eu’ do seu Orkut ou e qualquer outra rede social, certo? Pois bem, tentando resolver esse problema de encontrar um texto fofo e que combine com sua personalidade, resolvi montar uma “coletânea” com os melhores textos dos melhores autores. Tenho certeza que conhecem quase todos esses autores e quanto aos textos, provavelmente você já leu alguns em algum lugar. Já outros, foram achados maravilhosos que encontrei por aí. Espero que gostem.



Clarice Lispector



“Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes… tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.

Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:

- E daí? Eu adoro voar!

Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre.”



“Não me prendo a nada que me defina. Sou companhia, mas posso ser solidão. Tranqüilidade e inconstância, pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono. Música alta e silêncio. Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo! Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer… Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato. Ou toca, ou não toca.”



“É curioso não saber dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo.”



Martha Medeiros



“Eu sou feita de sonhos interrompidos, detalhes despercebidos, amores mal resolvidos. Sou feita de choros sem ter razão, pessoas no coração, atos por impulsão. Sinto falta de lugares que não conheci, experiências que não vivi, momentos que já esqueci. Eu sou amor e carinho constante, distraída até o bastante, não paro por instante. Já tive noites mal dormidas, perdi pessoas muito queridas, cumpri coisas não-prometidas. Muitas vezes eu desisti sem mesmo tentar, pensei em fugir para não enfrentar, sorri para não chorar. Eu sinto pelas coisas que não mudei, amizades que não cultivei, aqueles que eu julguei, coisas que eu falei. Tenho saudade de pessoas que fui conhecendo, lembranças que fui esquecendo, amigos que acabei perdendo. Mas continuo vivendo e aprendendo.”



“Não gosto que me peçam para ser boa, não me peçam nada, mesmo aquilo que eu posso dar. As relações de dependência me assustam. Não precisem de mim com hora marcada e por motivo concreto, precisem de mim a todo instante, a qualquer hora, sei ouvir o chamado silencioso da amizade verdadeira, do amor que não cobra, estarei lá sem que me vejam, sem que me percebam, sem que me avaliem.”



Fernanda Mello



“Gosto de pensar assim: se a gente faz o que manda o coração, lá na frente, tudo se explica. Por isso, faço a minha sorte. Sou fiel ao que sinto. Aceito feliz quem eu sou. Não acho graça em quem não acha graça. Acho chato quem não se contradiz. Às vezes desejo mal. Sou humana. Sou quase normal. Não ligo se gostarem de mim em partes. Mas desejo que eu me aceite por inteiro. Não sou perfeita, não sou previsível. Sou uma louca. Admiro grandes qualidades. Mas gosto mesmo dos pequenos defeitos. São eles que nos fazem grande. Que nos fazem fortes. Que nos fazem acordar. Acho bonito quem tem orgulho de ser gente. Porque não é nada fácil, eu sei. Por isso continuo princesa. Continuo guerreira. Continuo na lua. Continuo na luta. No meio do caos que anda o mundo, aceitar é ser feliz.”



“Eu sou uma eterna apaixonada por palavras. Música. E pessoas inteiras. Não me importa seu sobrenome, onde você nasceu, quanto carrega no bolso. Pessoas vazias são chatas e me dão sono. Gosto de quem mete a cara, arrisca o verso, desafia a vida. Eu sou criança. E vou crescer assim. Gosto de abraçar apertado, sentir alegria inteira, inventar mundos, inventar amores. O simples me faz rir, o complicado me aborrece.”



“Me perco em mim como se não houvesse começo nem fim nessa coisa de pensar e achar explicação pra vida. Explicação mesmo, eu sei: não há. E me agarro no meu sentir porque, no fundo, só meu coração sabe. E esse mesmo coração que me guia e não quer grades nem cobranças, às vezes me deixa sem rumo, com uma interrogação bem no meio da frase: O que eu quero mesmo?”

“Não sou boa com números. Com frases-feitas. E com morais de história. Gosto do que me tira o fôlego. Venero o improvável. Almejo o quase impossível. Meu coração é livre, mesmo amando tanto. Tenho um ritmo que me complica. Uma vontade que não passa. Uma palavra que nunca dorme. Quer um bom desafio? Experimente gostar de mim. Não sou fácil. Não coleciono inimigos. Quase nunca estou pra ninguém. Mudo de humor conforme a lua. Me irrito fácil. Me desinteresso à toa. Tenho o desassossego dentro da bolsa. E um par de asas que nunca deixo. Às vezes, quando é tarde da noite, eu viajo. E – sem saber – busco respostas que não encontro aqui. Ontem, eu perdi um sonho. E acordei chorando, logo eu que adoro sorrir… Mas não tem nada, não. Bonito mesmo é essa coisa da vida: um dia, quando menos se espera, a gente se supera. E chega mais perto de ser quem – na verdade – a gente é.”



Caio Fernando de Abreu



“Tenho uma parte que acredita em finais felizes, em beijo antes dos créditos, enquanto outra acha que só se ama errado. Tenho uma metade que mente, trai, engana. Outra que só conhece a verdade. Uma parte que precisa de calor, carinho, pés com pés. Outra que sobrevive sozinha, metade auto-suficiente.”

“Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim, que seja doce.

Quando há sol e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo, repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante. Mas,se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder.Tudo é tão vago como se fosse nada”



Tati Bernardi



“Eu sou sim a pessoa que some, que surta, que vai embora, que aparece do nada, que fica porque quer, que odeia a falta de oxigênio das obrigações, que encurta uma conversa besta, que estende um bom drama, que diz o que ninguém espera e salva uma noite, que estraga uma semana só pelo prazer de ser má e tirar as correntes da cobrança do meu peito. Que acha todo mundo meio feio, meio bobo, meio burro, meio perdido, meio sem alma, meio de plástico, meia bomba. E espera impaciente ser salva por uma metade meio interessante que me tire finalmente essa sensação de perna manca quando ando sozinha por aí, maldizendo a tudo e a todos. Eu só queria ser legal, ser boa, ser leve. Mas dá realmente pra ser assim?”



“Na mulher interessante a beleza é secundária, irrelevante e até mesmo desnecessária. A beleza morre nos primeiros quinze dias, num insuportável tédio visual. Era preciso que alguém fosse de mulher em mulher anunciando: ser bonita não interessa, seja interessante.”



“Dói mesmo, eu me apaixono mesmo, sou intensa mesmo, eu me ferro mesmo. Tudo é bom, tudo é vazio, tudo é bom de novo. Viver é um absurdo e não dá pra passar por isso tão ileso.”



Outros Autores



"O tempo nem sempre cura tudo. Tenho feridas que já cicatrizaram, mas que insistem em latejar quando o dia está nublado. Tenho mágoas que já foram superadas, mas se lembro bem, se lembro forte, se penso nelas eu choro. E o choro dói, dói, dói como se fosse ontem. Tenho vontades que nunca passam. Tenho uma tara por chocolate e queijo que nunca saiu de viagem. Tenho mania de escrever em blocos e ter pelo menos dois deles sempre dentro da bolsa. Tenho sentimento de posse, tenho ciúme, tenho medo de perder quem é essencial na minha vida. Tenho medo de me perder, por isso acendo todas as luzes." (Clarissa Corrêa)



"Sou complexa, sou mistura. Sumo, surto, vou embora, apareço do nada. Odeio a falta de oxigênio das obrigações, encurto conversas bestas, estendo um bom drama. Me perco, me procuro e me acho. E quando necessário, enlouqueço e deixo rolar. Não me dôo pela metade, não sou tua meio amiga nem teu quase amor. Ou sou tudo ou sou nada. Não suporto meio termos. Sou isso hoje, amanhã já me reinventei."

(Isabelle Duarte)